Expedição Tocantins chega à gráfica

Na última quarta-feira meu novo livro, Expedição Natureza Tocantins, entrou na reta final de sua realização, a impressão.

O produtor gráfico Reinaldo Caruso e o impressor da Coan, Dilnei, analisam as primeira folhas rodadas. Foto de Zé Paiva

Junto com o produtor gráfico, Reinaldo Caruso, fui até a gráfica Coan, em Tubarão, para acompanhar de perto o início do trabalho. Já havíamos previamente, ainda em Floripa, aprovado as provas de todas as páginas do livro e do revestimento da capa, . O desafio agora era fazer com que a impressão chegasse o mais perto possível das provas, ou, em alguns casos, corrigisse algum desvio. Isso requer um trabalho em conjunto do autor, do impressor e do produtor gráfico.

Reinaldo confere a impressão com um conta-fios. Foto de Zé Paiva

Reinaldo tem uma vasta experiência na área, pois já trabalhou com produção gráfica em diversas agências e gráficas de Floripa e São Paulo. Sua experiência me deixou mais seguro de alcançar o resultado esperado, afinal, para um livro de fotografia a qualidade da impressão é crucial.

A Coan conta com a tecnologia de ponta das impressoras Heidelberg. Esta é uma de 5 torres, as quatro cores: cyan, magenta, amarelo e preto, mais o verniz fosco a base d’agua. Foto de Zé Paiva.

Até chegar neste ponto foi um longo caminho, entre fazer as mais de 10 mil fotos, editar até chegar nas 156 que estão no livro, tratar todas as imagens, diagramar tudo, revisar os textos, traduzir para o inglês, e por aí adiante. Quem vê um livro de fotografia não imagina todo o trabalho necessário. Foram mais de dois anos entre o início do planejamento e a impressão.

O lançamento será dia 25 de outubro no Palácio Araguaia em Palmas, Tocantins. Estão todos convidados, temos muito que comemorar!

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A cascaval da Pedra da Baliza

25º dia – 13 de dezembro

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Hermílson me pega cedinho na pousada e vamos a Dianópolis, a cidade vizinha, para abastecer. De lá seguimos por uma estrada que fica no alto da Serra Geral, na divisa entre Bahia e Tocantins. Depois da andar um pouco chegamos nas Gargantas, formações rochosas de paredões areníticos e espigões de pedra formando esculturas.  Almoçamos na estrada o tradicional arroz, feijão, macarrão e ovo frito e seguimos viagem. Seguindo viagem passamos por lavouras de soja , milho e algodão, cultivadas por migrantes de outros estados, na sua maioria gaúchos. Depois de muitos quilômetros chegamos na Pedra da Baliza, uma pedra em forma de taça no meio da planura do cerrado, que tem esse nome porque foi historicamente usada como divisa entre Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí (na verdade os dois últimos ficam um pouco mais ao norte). Desço pra fotografar a pedra com um céu de nuvens de chuva. Peço para o Hermílson sair do enquadramento e quando ele contorna a pedra grita assustado. Era uma cascavel enrolada no chão, pronta para dar um bote. Faço algumas fotos com o flash fora da câmera e o dia termina. Vamos até Mateiros onde pernoitamos na sede do Parque Estadual do Jalapão.

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A fumaça da cachoeira

24º dia – 12 de dezembro de 2011

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Saímos de manhã cedo para a Cachoeira da Fumaça, que fica na estrada por onde viemos de Ponte Alta. É uma cachoeira de cerca de 20 metros de altura que tem esse nome por conta de uma nuvem de água permanente que acompanha o rio por várias dezenas de metros. Descemos pelo lado oposto do rio por uma trilha até chegar na parte de baixo da cachoeira. A nuvem de água é intensa. Seguimos de carro em direção ao Rio da Conceição até encontrar Josimar, que vai nos levar em outra cachoeira. Ele nos diz que leva mais de hora e meia a pé pra ir e voltar. Desistimos, pois o Hermílson, meu guia, tem a festa de encerramento do pessoal do ICMBio a tarde. Josimar nos leva com os filhos até uma pequena cachoeira perto da sua casa. Fotografo as crianças brincando na água até que despenca um toró daqueles. Voltamos correndo até o carro, pois eu não havia pegado o poncho pra chuva. Chegamos na cidade pouco antes do meio dia e depois de um banho vou até a casa da Carol e do Louva-deus (apelido do seu marido) onde acontece o churrasco do ICMBio. Aproveito o resto da tarde pra organizar as fotos, fazer becapes e limpar o equipamento.

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Cachoeira do Soninho

23º dia – 11 de dezembro

Cachoeira do Rio Soninho, entorno da Estacão Ecológica da Serra Geral, Rio da Conceição, Tocantins

Saio da Pousada dos Buritis, que é de um casal de gaúchos, de manhã cedo, em direção a Ponte Alta. Lá vou encontrar Hermílson, que será meu guia na Estação Ecológica da Serra Geral. Está garoando e fico com receio de ter problemas, pois a estrada é muito ruim. Trechos de lama, areia solta e buracos gigantescos. Antes passo na casa de Cassiana pra pegar um documento e ela me diz que posso ir sem problemas, que a estrada não tem nenhum obstáculo intransponível. Faço a viagem sem paradas para fotos, pois a garoa não dá trégua. Pouco depois do meio dia, depois de muitos buracos, chego a Ponte Alta onde Hermílson já esta me esperando. Depois do almoço, deixo meu carro num posto de gasolina e seguimos viagem na caminhonete do ICMBio para Rio da Conceição, onde fica a sede da Estação. No caminho paramos na Cachoeira do Soninho, uma queda d’água onde o rio faz uma curva e cai por um buraco num pequeno cânion bem estreito, que desagua num lago. O efeito é impressionante mas difícil de fotografar, pois uma nuvem de água molha a câmera constantemente. A estrada é bem pior que a de Mateiros. Se eu tivesse vindo com o meu carro, provavelmente não teria chegado. No caminho passamos por um lugar onde a água quase interrompeu a estada, criando uma enorme vossoroca. Chegamos a noite em rio da Conceição e me hospedo numa pequena pousada.

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Expedição na Livraria Cultura

Caros amigos

Dia 12 de maio de 2011 – quinta feira – estarei recebendo todos para um encontro no auditório da Livraria Cultura do Bourbon Shopping Country em Porto Alegre. Na ocasião vou projetar imagens do livro e falar um pouco sobre este projeto. Também vou mostrar imagens inéditas do projeto que estou trabalhando no momento – Expedição Natureza do Tocantins – com lançamento previsto para o segundo semestre deste ano. Na ocasião acontecerá a abertura da exposição fotográfica do Natureza Gaúcha. Estão todos convidados! Saiba mais sobre o livro aqui.

Onde: Livraria Cultura do Bourbon Shopping Country em Porto Alegre

Quando:12 de maio de 2011 – quinta feira – as 19h30

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Deus é brasileiro?

22º dia – 10 de dezembro de 2011

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Cassiana, minha guia no Jalapão, teve que ir a Palmas buscar Daiane, a chefe do parque. Quem me acompanhou neste dia foi o guarda-parques André. Fomos até a cachoeira da Velha, a maior do Jalapão, que é alimentada pelo Rio Novo. No caminho encontramos dois ninhos de corujas-do-campo, com filhotes.

Ao chegar na Velha, o sol estava esturricando até os pensamentos. Caminhamos por uma passarela que conduz até um mirante, que fica a direita da cachoeira. Dali vamos de carro até a Prainha, que fica mil metros rio abaixo. Ao descermos as escadarias que levam até o rio cruzamos um bando de bugios, mas não consigo nenhuma foto decente, foi muito rápido. Na praia, a água transparente convida para um banho. Ali foi filmada uma das cenas do filme “Deus é brasileiro”. Depois de algumas fotos fazemos um piquenique de almoço. Nas férias de julho este é um lugar movimentadíssimo, mas hoje está vazio. Na volta passamos na dunas de novo mas já muito tarde, quase noite.

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Dois Brasis

21º dia – 9 de dezembro de 2010

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A chuva cai em grossos cordões de água, escorre pela palha de piaçava do telhado e se acumula em poças pelo chão do caminho que leva aos quartos. O clima me traz melancolia e lembranças distantes de outros pagos. Percebo a poesia da melancolia. Vitor Ramil canta com o pandeiro e a cuíca de Marcos Suzano. Dois Brasis no meu peito, o do sul e o do norte. Meus pés ainda vermelhos do sol abrasador do dia anterior no Rio Novo.

A tarde a chuva dá uma trégua e resolvo sair. Vou até a sede do parque, onde espero a raposa que, segundo os guarda-parques, aparece todo fim de tarde no alojamento. De volta à pousada, cruzo um jardim repleto de sapos-boi. Na varanda um inseto esquisito.

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No limite

20º dia – 8 de dezembro de 2010.

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Depois do café da manhã levamos os ducks (espécie de caiaque inflável) pra beira do Rio Novo, onde serão inflados. Vamos eu e Valtércio num bote, Marcelo e seu estagiário Dieyson no outro. Descemos sem grandes percalços, pois as corredeiras são tranquilas. Por via das dúvidas eu levo meu equipamento fotográfico numa bolsa estanque, o que protege mas não é nada prático para mim trabalhar. Não vemos muitas aves, nem mesmo o pato-mergulhão. O final do nosso trajeto é na fazenda Progresso, onde o dono mantém uma pousada bem rústica, um dos locais usados como locação pela série Survivor da rede americana CBS, que inspirou a brasileira “No limite”.

Depois de tirarmos os ducks da água Marcelo diz que vai chamar uma ave conhecida por soldadinho. Dizendo isso tira do bolso um Ipod, acopla a uma pequena caixa de som e toca uma gravação da vocalização do soldadinho. Esta técnica é chamada de play-back pelos ornitólogos, e funciona. Em poucos segundos aparece um soldadinho. Ele tem o corpo negro e o topo da cabeça e do pescoço vermelhos, formando uma espécie de capacete.

Enquanto o pessoal começa a preparar um churrasco, eu faço um lanche, pois marquei com um dos guarda-parques do Jalapão pra me buscar lá. O tempo passa e nada dele aparecer. Por volta das 4 da tarde, quando eu já estava começando a ficar preocupado, pois não havia levado nada pra dormir lá, aparece o motorista do Marcelo de volta avisando que a Toyota do guarda-parques havia quebrado. Ele me da uma carona até a base do Rio Novo onde havia deixado o meu carro e consigo voltar a Mateiros.

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Oásis do cerrado

19º dia – 7 de dezembro

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Pegamos a estrada em direção a São Félix e entramos numa bifurcação que segue para o povoado de Mumbuca, dentro do parque. Seguindo em direção à Serra do Porco, passamos por diversas veredas, formações vegetais dominadas por buritis, uma palmeira que cresce ao longo de riachos ou em áreas úmidas em meio ao cerrado. Algumas pessoas chamam as veredas de oásis do cerrado.

Voltamos em direção a Mumbuca e paramos no fervedouro do Soninho. Fervedouro é uma água cristalina que brota do solo e forma uma espécie de piscina natural. O interessante é que se você tenta mergulhar a água que brota te empurra para cima. O fundo é de areia mas se você tentar tocá-lo a mão não encontra nada sólido. Este fervedouro que fomos é o maior de todos, deve ter uns dez metros de diâmetro.

Depois de um merecido banho fomos para Mumbuca em busca de um almoço. Uma comidinha feita no fogão a lenha do Seu Adelcino e Dona Nem matou nossa fome, em uma típica cozinha da região, toda aberta por causa do calor. Mumbuca é um povoado quilombola que tem como atividade principal o artesanato de capim dourado. Visitamos a casa do artesanato e depois a casa da filha da dona Miúda, a matriarca da comunidade, que faleceu recentemente.

O encontro dos rios Sono e Formiga, apesar da interessante diferença das cores das suas águas, não rendeu boas fotos. No fim da tarde chegamos na famosa cachoeira do Rio Formiga, que pelo horário e época estava vazia, o que é raro.

De volta à pousada começo a organizar minhas coisas, pois essa noite vou dormir na base avançada do parque, no Rio Novo. No dia seguinte vamos descer o rio em uma expedição com o ornitólogo Marcelo Barbosa, que estuda o pato-mergulhão, uma ave rara e endêmica dessa região.

Chego por volta das dez da noite na base e o pessoal já estava dormindo. Tive de acordá-los e arranjar um cantinho no chão para colocar meu saco de dormir. Por volta da meia-noite é a minha vez de ser acordado por alguém batendo na porta: é Valtércio, guia de rafting que assessora as expedições do Marcelo.

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Serra do Espírito Santo

18º dia – 6 de dezembro

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Ao amanhecer saímos para a Serra do Espírito Santo, a maior do parque. Iniciamos a trilha às  sete horas e já estava quente. A subida tinha apenas quinhentos metros mas era bem íngreme. Como levei a mochila com todo o equipamento e tripé foi bem cansativo. Depois de diversas paradas chegamos ao topo.

Demos uma boa descansada antes de encarar os três quilômetros até o mirante, onde a serra está erodindo e alimentando as dunas com sua areia vermelha. As escarpas variavam do branco ao vermelho escuro, passando pelas mais diversas tonalidades.

Voltamos à cidade para um almoço tardio e um bom descanso. A tarde fomos às dunas formadas pela erosão da serra. Um pequeno riacho cortava a paisagem. Vi pegadas frescas de anta, mas nada do bicho. Nuvens negras cobriram o céu, mas bem no final da tarde surgiu o sol e proporcionou um belo céu matizado de laranja e vermelho.

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